Um dia após a exibição das imagens nas TVs Bandeirantes e Record, secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo disse que parece ter havido abuso do agente na ação
O policial militar que foi flagrado desferindo tiros contra suspeitos de roubo em São Paulo na terça-feira (23) foi colocado em liberdade um dia após ter sido preso, na quinta-feira (25). A informação foi divulgada em nota pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, nesta sexta (26).
Identificado como sendo um cabo da corporação, o PM era filmado por câmeras aéreas das TVs Bandeirantes e Record no momento em que perseguia uma dupla suspeita de roubar uma motocicleta, dois celulares e R$ 107 de um motoboy, na zona sul paulistana. Na fuga, os criminosos chegaram a jogar um capacete no agente a fim de afastá-lo.
Logo, no entanto, a dupla perdeu o controle da motocicleta e caiu ao chão. Foi neste momento que o PM se aproximou e atirou em D.P, de 17 anos, e G.M.S.B, de 16, ambos aparentemente já rendidos. Os dois precisaram ser internados.
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No dia seguinte à ação, que ganhou ampla repercussão midiática devido às imagens probatórias, a PM divulgou nota na qual afirmava que o agente fora afastado de suas funções para ser investigado. Na mesma ocasião, o o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, criticou o policial.
"Pelas imagens, o que foi de início uma operação regular, inclusive com a notícia de que as duas pessoas na moto desferiram tiros contra os policiais, acabou tendo como resultado abuso, porque as pessoas já estavam deitadas no chão e as imagens mostram claramente os tiros", disse Moraes durante coletiva de imprensa realizada em Campinas, no interior paulista, nesta quarta-feira (24).
Serviços administrativos
De acordo com a nota da Secretaria, o PM foi preso administrativamente apenas em um primeiro momento, a fim de facilitar a produção de provas do inquérito da corporação. Agora, ele retorna aos trabalhos, mas apenas para serviços administrativos, longe das ruas.
A Corregedoria ainda irá apurar a responsabilidade do agente na ação. Se considerar que houve abuso, o PM pode ser expulso da corporação e julgado criminalmente pelo que fez. Não há previsão para o encerramento do inquérito.